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@marquinho
Created April 25, 2013 16:06
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O cool de forma quase doentia
por Rob Gordon
em 24/04/2013 às 13:00 | Crônicas e contos, Mente e atitude, PdH Shots
45 COMENTÁRIOS
Obs: Pra quem não acompanha as fanfarronices brilhantes do nosso colaborador, Rob Gordon, lá no Facebook dele, perde muito. Mas a gente te ajuda e publica mais um texto muito bom dele. Saca só.
* * *
Quando eu estava na faculdade, uma professora de pesquisa de marketing me disse algo que eu nunca esqueci. Ao ser entrevistada, cada pessoa esconde, na verdade três pessoas diferentes:
1. quem ela é;
2. quem ela gostaria de ser;
3. quem ela gostaria que o entrevistador pensasse que ela é.
Isso se aplica a qualquer coisa. Mas, de uns tempos para cá — e sim, estou falando das redes sociais — algumas pessoas se tornaram uma só, dentre todas as listadas no parágrafo aí de cima: elas são exclusivamente a terceira (talvez com uma pitada da segunda).
Hoje em dia, se escolhe o restaurante não pela comida, mas pelo valor de um check-in jogado na cara dos amigos; o prato se escolhe por filtros de instagram, e não pelo paladar. O mesmo acontece com filmes, roupas, cervejas, músicas. Abandonou-se o gosto pessoal: vive-se, hoje o gosto do outro. É preciso ser mais cool que os amigos. É preciso ser mais cool o tempo inteiro.
É preciso ser mais cool de forma quase doentia.
Assumir que não conhece a banda da moda, que não viu o filme da moda, que não experimentou a cerveja da moda, que não gosta do salgado da moda? Impensável. Vai macular sua imagem de cool (e sempre lembrando que, por “da moda”, me refiro sim a fanatismo. Hoje em dia não se gosta de nada; a regra é idolatrar e declarar amor eterno por duas semanas).
Este vídeo mostra bem o que estou falando. A equipe do Jimmy Kimmel foi ao Coachella e entrevistou diversos hipsters (desculpem a generalização, mas se o que falei acima não é exclusivo deles, eles ainda são o grande expoente deste comportamento) e perguntou a opinião deles sobre algumas bandas. Detalhe? As bandas não existem.
Confira abaixo o nível que a humanidade está chegando, graças a esta dificuldade de assumir que “não conheço”.
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